Ascensão de Atores Baianos

Urânia Araújo

Os atores baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura ganharam evidência no cinema nacional. Isso aconteceu depois de participarem dos filmes “Madame Satã” e “Deus é Brasileiro” , respectivamente. Por esses trabalhos, eles receberam elogios e vários prêmios da crítica nacional e internacional.

Ambos estrearão nacionalmente, em 11 de abril, “Carandiru”, do diretor Hector Babenco. Baseado no Livro de Dráuzio Varela. Eles vivem neste filme um surfista viciado em crack e um traficante de drogas. A Bahia foi a primeira a conferir esse trabalho durante a pré-estréia realizada para convidados em 20 de março, no II Panorama Internacional Coisa de Cinema. 

Wagner Moura e Lázaro Ramos surgiram no teatro baiano, porém o crescimento de suas carreiras aconteceu quando foram para o Rio de Janeiro fazer o espetáculo “A Máquina”. Estiveram juntos em quatro filmes: “As Três Marias” (de Aluísio Abranches), “O Homem do ano” (de José Henrique Fonseca), “Carandiru” (de Hector Babenco) e em “Sabor da Paixão”.

Por causa da peça “A Máquina”, Lázaro Ramos e Wagner Moura não tiveram problemas para entrar no mercado carioca. “Nós fomos privilegiados, pois não ficamos sem trabalho, era um espetáculo que exigia muito do ator e isso facilitou a nossa entrada no mercado”, disse Lázaro Ramos.

Lazaro Ramos

Lázaro Ramos estreará em maio o seu sétimo filme,“O Homem que Copiava” (de Jorge Furtado). Por sua atuação em “Madame Satã”, ele ganhou o prêmio de melhor ator, no Festival de Cinema Ibero - Americano de Huelva na Espanha (Colombo de Prata), no Festival de Santo Domingo na República Dominicana e na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. “Quando fui convidado para o papel, achei que não iria conseguir, foi muito difícil principalmente porque não se pretendia falar apenas da biografia do Madame Satã, mas mostrar um brasileiro que luta por sua história e dignidade”.

O ator esclareceu que apenas 12 dos 300 jornalistas que assistiam à seção de “Madame Satã” no Festival de Cannes, saíram da sala no momento da cena de sexo com o ator Felipe Marques e que o público aplaudiu o filme durante 10 minutos. “Essa história da saída dos críticos foi exagerada pela imprensa brasileira, o filme foi muito elogiado em Cannes, tanto que um crítico fez um poema sobre ele”.

O espetáculo “A Máquina” lhe rendeu indicação ao prêmio de melhor ator no 15º Prêmio Shell (escolhera os melhores do teatro do Rio de Janeiro em 2002). Lázaro Ramos esta ensaiando a peça “Morrendo Que Se Vive”, de Pedro Cardoso. Ele também grava o curta-metragem “Lastnote.com”, dirigido por Leo Falcão que fala de um site para suicidas.

Seu primeiro trabalho como ator profissional foi no bando de Teatro Olodum, em 1994, aos 15 anos. A sua estréia no cinema foi em “Cinderela Baiana” de Conrado Sanches, em 1998, ainda em Salvador. “Foi com o filme da Carla Perez que consegui me dedicar à profissão de ator, até então precisava trabalhar para me sustentar”, revela.

Wagner Moura

Wagner Moura contracenou em seis filmes nos últimos três anos. Foi premiado como o melhor ator no Festival de Cinema do Ceará em 2002 por seu trabalho em “Deus é Brasileiro”, “Abril Despedaçado” (de Walter Sales) e “As Três Marias”. Está filmando “O Caminho das Nuvéns” (de Vicente Amorim), que será lançado no segundo semestre de 2003.

A sua primeira atuação em cinema foi “Sabor da Paixão” uma produção norte-americana, com a participação da atriz internacional Penélope Cruz, lançada em 2000. No teatro, trabalhou com Fernando Guerreiro em várias produções e foi um dos fundadores da Companhia de Teatro da Bahia.

Sua estréia na televisão está marcada para abril, na reedição da série “Carga Pesada”, pela rede Globo, como filho de Bino, personagem vivido por Estênio Garcia. Nesta série Wagner Moura mais uma vez atuará ao lado de Antônio Fagundes, de quem os críticos afirmam que ele roubou a cena em “Deus é Brasileiro”.

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