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Sarah Marques
SobreTudo:
Quando e como você começou a atuar no jornalismo digital? Cassio
Politi: Comecei a trabalhar relativamente cedo, no jornal A Gazeta
Esportiva, onde tive o primeiro contato, em 1997, com um jornal online.
Em 1999, abri uma empresa (P&P Comunicação) que se especializou em
produzir o conteúdo jornalístico de diferentes sites. A empresa se
tornou relativamente conhecida no mercado e, em 2001, a Revista Imprensa
me convidou para ser um dos professores do curso que estava sendo lançado.
Fui chamado, segundo a direção da revista, porque ela procurava
um profissional com experiência para poder ministrar aulas práticas. Na
internet, trabalhei como repórter e editor de sites de grandes portais (Cidade
Internet, Zip Net e UOL), site da Revista Imprensa,
site oficial do Palmeiras e outros de diferentes assuntos (internacional,
política e turismo). Trabalhei nas rádios CBN, Bandeirantes e
Transamérica e na TV Bandeirantes - Santos. Atualmente, a
Revista Imprensa conta com mais dois professores, Catarina Ferraz e
Marcelo Bartolomei, que estão aptos a dar aulas fora de São Paulo. Tive
a felicidade de ser designado para vir a Salvador. SobreTudo:
Como está o webjornalismo no Brasil? CP:
O Webjornalismo está em fase de pleno crescimento no Brasil. Houve, entre
1999 e 2000, uma explosão de investimentos em portais e sites que
atrapalhou o desenvolvimento natural do segmento. Muitas empresas surgiram
baseadas em aplicações de milhões de reais e, sem nenhum retorno,
quebraram da noite para o dia. Isso deixou jornalistas e leitores confusos
e desconfiados. Hoje, é diferente. Os sites jornalísticos estão
crescendo conforme o mercado permite. Conseqüentemente, o campo de
trabalho para o jornalista também está em fase de expansão. Sei que há
na Bahia sites muito bem estruturados. Costumo acessar o jornal A Tarde
Online, que agora tem conteúdo fechado.Acho o trabalho muito bem
feito. SobreTudo:
Qual a importância da oficina? CP:
O profissional deve se reciclar sempre. A internet já é uma
realidade e o jornalista não pode achar que o texto na web é igual ao de
jornal, revista, rádio ou televisão. Ele tem pitadas da linguagem de
cada uma dessas mídias. Mas, no fundo, possui uma característica toda
particular. Qual o tamanho ideal do nosso texto? Como situamos o texto em
relação ao link? Como fazer um título online? Essas e outras questões
são a base das Oficinas de Webjornalismo da Revista Imprensa. Trata-se de
um curso extremamente prático, em que o aluno escreve bastante e tem
todos os seus textos corrigidos. Pelo que podemos acompanhar nas fichas de
avaliação dos alunos, o nível de satisfação é muito grande: passa da
casa dos 95%. SobreTudo:
Quantas oficinas já foram dadas no país? CP:
O curso é ministrado permanentemente em São Paulo há dois anos. Em
nossa sede, na Revista Imprensa, já recebemos mais de 1.300 alunos,
muitos dos quais baianos. No segundo semestre do ano passado, a direção
da revista decidiu criar as oficinas itinerantes. Estivemos em Aracaju
(SE), Porto Velho (RO), João Pessoa (PB), São Luís (MA) e Cuiabá (MT).
Tivemos eventos menores, nos moldes de um workshop, em Campo Grande (MS) e
Guarujá (SP). Nosso calendário está preenchido até junho. Fora de São
Paulo, foram cerca de 220 alunos. Do total de mais de 1.500 alunos. Fui o
professor de mais de 600. SobreTudo:
Na sua opinião,os alunos formados pelo curso estão em condições de
entrar no mercado? CP:
Sim. Oferecemos uma boa base prática, simulando situações que acontecem
no cotidiano de um webjornalista. É claro que esperamos que o aluno traga
conhecimento da faculdade ou do mercado de trabalho. O que quero dizer é
que não se trata de um curso de introdução ao jornalismo, o que é
papel da faculdade. Mas é um curso que introduz o aluno ou profissional a
esse mundo da informação digital. Isso vale tanto para quem está no
primeiro ano da FIB como para o profissional com 30 anos de carreira. |