Manual de informática para cegos terá 2° edição |
Mônica Massae
O segundo manual trará informações sobre as versões mais atuais dos softwares Jaws, Virtual Vision e Dosvox. A Dow Química continua a patrocinar o projeto. Segundo Marcos, o livro estará pronto em setembro e será lançado no final deste ano. O autor do manual era operador de processos químicos da Dow Química quando ficou cego após um acidente de carro. Passou por um processo de reabilitação e hoje, é analista de sistemas. Quando começou a usar computadores, percebeu que o deficiente visual pode trabalhar com a informática. Há cinco tipos de software de leitura disponíveis no mercado, conhecidos como Dosvox, Jaws, Virtual Vision, Window Bridge e RPQ que garantem a “leitura” dos conteúdos por meio de um sintetizador de voz. O sistema Dosvox permite a leitura de textos, a navegação na Internet, disponibiliza jogos, calculadora e agenda de compromissos. Tanto o Dosvox quanto o Virtual Vision são fabricados no Brasil. O mais completo é o sistema Jaws que atua em todos os aplicativos do Windows e dos computadores de grande porte. Apesar dos benefícios oferecidos pelos programas, menos de 1% da população cega tem acesso a esta tecnologia. Em Salvador, a Associação Baiana de Cegos (ABC) e o Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas Deficientes Visuais (CAP) dão informações sobre os fornecedores e sobre o processo de instalação dos softwares. Encontrar os programas não é um problema, mas o preço deles é alto se comparado com as condições de trabalho e capacitação dos cegos. O preço varia de R$150,00 até R$5.000,00. O acesso aos computadores também é restrito, por isso Marcos decidiu se engajar em mais um projeto, incentivar a doação de computadores com baixa velocidade de processamento. Parte dos deficientes utilizam recursos de leitura e escrita, neste caso, as máquinas que se tornam desatualizadas para uns podem ser muito útil para outros. O autor declara que depois do surgimento dos softwares, manuais e iniciativas de apoio ao cego, a única coisa que pode melhorar é o aumento do salário. “Só assim, o deficiente terá condições de se capacitar , adquirir os sistemas operacionais e até comprar um computador da última geração”, afirma. |