Lixo ganha alternativas e pode render lucros

Valana Gualuz

Em Salvador, o lixo está tendo novo destino. A reciclagem e a comercialização dos resíduos aproveitáveis, está sendo positiva tanto para os ambientalistas, quanto aos que sobrevivem desse tipo de atividade.

No bairro de Canabrava, na periferia de Salvador, há cerca de um ano, a Cooperativa dos Agentes Ecológicos de Canabrava (CAEC) vem fazendo um trabalho de conscientização com a comunidade de que muito dos resíduos podem ser reaproveitados. Para isso, foi criado o Centro de Triagem, um espaço na Estrada das Muriçocas, no bairro de São Marcos, para sediar a coleta, a triagem, a reciclagem e a posterior comercialização do lixo recolhido de condomínios próximo a São Marcos.

O trabalho da CAEC envolve 60 cooperados ex-badameiros (ex- catadores de material reciclável no antigo Lixão de Canabrava), que através do Centro de Triagem visitam os condomínios, orientam a população para a importância de armazenar o lixo de maneira seletiva para reciclagem, recolhem o material e levam ao centro. Lá, os resíduos aproveitáveis são preparados, reciclados e comercializados.

Por enquanto, a iniciativa ainda está restrita aos condomínios Bosque Imperial, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), e Lagoa Verde, também na Estrada das Muriçocas. O resultado do trabalho é convertido em renda para os ex-catadores que, antes de iniciar a atividade, participaram de um curso de capacitação promovido pela organização não-governamental Pangea - Centro de Estudos Sócio-Ambientais (idealizadora e executora do projeto CAEC) para  aperfeiçoar suas habilidades.

Para a ex-badameira, Maria José da Silva, 50, o projeto possibilitou continuar trabalhando de uma forma mais segura.  Ela começou a trabalhar no Lixão de Canabrava quando tinha 17 anos. Passou 14 anos catando lixo à noite, exposta aos perigos. "Minhas lembranças desse tempo não são muito agradáveis. Eu e meus dois filhos, hoje já rapazes, trabalhávamos sem proteção alguma e sem equipamentos de segurança", conta ela. 

Os condomínios, localizados próximo ao Centro de Triagem que estiverem interessados em participar, podem entrar em contato com a Pangea através dos telefones 461-7744/366-1610.

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