Bahia investe na pesca de águas profundas

Ana Carina Ricci

 

As espécies de peixes encontradas em águas profundas na Bahia podem tornar o estado auto-suficiente e até passar a exportar pescado. Este ano a Bahia Pesca publicará o resultado de cinco anos de pesquisa. A capacidade pesqueira do litoral baiano vem sendo analisada pela Bahia Pesca, através do Programa de Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos a Zona Econômica - Revisee. 

   Os dados obtidos no estudo deram condições de avaliar a quantidade e a qualidade das espécies, para conhecer a sua real potência Segundo o coordenador Gitonilson Tosta, o intuito do projeto é aumentar o conhecimento sobre a zona oceânica e os recursos pesqueiros disponíveis no litoral brasileiro e, em particular, na costa da Bahia. “A Bahia Pesca já investiu mais de R$7 milhões em pesquisa, através do Programa de Avaliação do Potencial Sustentável”, afirma Gitonilson Tosta. Os técnicos do projeto verificaram as condições ambientais para fazer o mapeamento da distribuição e abundância de recursos pesqueiros alternativos para a pesca. Primeiros resultados
   Na primeira etapa, as pesquisas concentram-se na identificação dos recursos pesqueiros. Os primeiros resultados da prospecção das costa da Bahia apontam para um significativo potencial pesqueiro ainda inexplorado, sobretudo nas áreas mais afastadas da costa, pois a atividade hoje está concentrada nas áreas costeiras. Foram identificadas as áreas de passagem (migração) dos cardumes de grandes pelágicos (atuns, espadartes, dourados, tubarões, etc.) de alto valor comercial.

No litoral baiano existe uma escassez de recifes, sendo necessário a implantação de atratores - recifes artificiais. Os atratores servem para atrair pequenos peixes, que por sua vez atraem peixes maiores. Na Bahia foram identificados mais de 30 pontos adequados para a instalação dos recifes, concentrados, principalmente, entre o Litoral Norte e Ilhéus. O presidente da Cooperativa dos pescadores de Itapuã, Nelson dos Santos diz que as alternativas para aumento das capturas de pescado de alto valor comercial são através da instalação de atratores (recifes artificiais) e vai ajudar na pesca artesanal proporcionando condições melhores de trabalho.

Diversidade

A costa nordestina apresenta a maior diversidade de peixes cerca de 80% das espécies presentes no litoral brasileiro são encontradas na região. A grande perspectiva para o crescimento da produção pesqueira na região é a exploração de espécies oceânicas pouco aproveitadas. Os peixes mais importantes para a pesca comercial são os bonitos, vermelho, cavalas, dourado, badejos, agulhas e mangangás. Há abundância de lagostas, cuja pesca é bem intensa; siris e caranguejos, e a ocorrência de várias espécies de cações e arraias.

O litoral do nordeste atinge 50 metros de profundidade. Um pouco mais para fora, o relevo submarino eleva-se bruscamente formando uma faixa de baixios, com profundidades inferiores a 20 metros. Em muitos pontos, isto ocorre a menos de um quilômetro da praia. Estes baixios favorecem a formação de recifes de arenito e de recifes de coral. No limite sul deste litoral, os recifes desaparecem e há a ocorrência de mangues.

> Voltar