Cineasta baiana ganha três prêmios

Tess Carreira

Apesar das dificuldades de produzir, distribuir e exibir seus filmes o cinema baiano ganhou três prêmios na 13ª edição do Festival Cine Ceará. O curta-metragem baiano Cega Seca, de Sofia Federico, levou as estatuetas de melhor filme, roteiro e ator. O curta foi o primeiro trabalho da cineasta e foi filmado no lugarejo árido de Lagoa do Pires, pertencente ao município de Uauá, no norte da Bahia. 

O cinema brasileiro, em geral, vem se confrontando com esses obstáculos, principalmente quando se pensa em realizar um longa-metragem e quando os produtores e diretores se deparam com um mercado quase que totalmente dominado pela cinematografia americana. “Existe uma necessidade de estabelecer uma maior credibilidade em produções baianas. Devemos ficar atentos no valor que é distribuído para o nordeste, pois a região sul e sudeste sempre tiveram maiores investimentos”, diz a professora e cineasta Ediala.

A Secretaria de Cultura e Turismo do estado da Bahia vem estimulando os cineastas baianos através da criação do Prêmio Carlos Vasconcelos Domingues (primeira edição). O nome do prêmio é mudado de acordo com o homenageado do ano. Fernando Coni Campos é o homenageado de 2003. “Para concorrer ao prêmio tem que se inscrever e cumprir as formalidades exigidas no edital. A partir disso é feita uma análise de qualidade do roteiro e baseada em quanto o filme gastou para ser produzido, por um júri composto por cinco membros da área”, diz o assessor do secretario de cultura e turismo Luiz Azevedo.

Este ano vai ser destinado um prêmio de R$ 1,1 milhão para o melhor filme de longa-metragem, três prêmios de R$ 70 mil na categoria curta-metragem, quatro prêmios de R$ 30 mil na categoria de vídeo documentário e cinco prêmios de R$ 8 mil na categoria para iniciantes. A inscrição ocorre, normalmente, no mês de novembro,  na secretaria de cultura e turismo. E a premiação é realizada no mês de abril no espaço da secretaria.

Edgar Navarro ganhador do filme de longa duração com o roteiro de Eu me lembro não tem previsão de lançamento do filme devido à falta de verba para sua divulgação e viabilização que custaria em torno de R$ 200 mil. “Estamos parados, não estamos com um cinema vigoroso porque se começou a investir no cinema baiano muito tarde. Não houve uma política de audiovisual séria. Em 2001 foi o ano que começou o incentivo”, diz o cineasta.

Pesquisa

Pelo fato de os filmes nacionais, principalmente os locais, enfrentarem dificuldades de divulgação e exibição nas principais salas de cinema, faz com que o público não tenha um interesse maior em prestigiar o cinema brasileiro. Um estudo realizado pelo Instituto Qualibest de Pesquisas Virtuais mostra que a maioria do público ainda escolhe ir ao cinema para assistir a produções estrangeiras, 68%, enquanto apenas 13% optam por produções nacionais. Mas a maioria acredita no crescimento do cinema brasileiro e diz que a qualidade dos filmes tem melhorado.

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