Número de salas na capital é restrito

O movimento de redução de salas, que ocorre nas cidades do interior, também acontece na capital. Nos últimos dez anos só foram implantadas salas do tipo Multiplex em Salvador, com raras exceções, como o Cinema do Museu, na Vitória, ou a Sala de Arte, no Pelourinho e no Clube Baiano de Tênis. Estas salas são procuradas pela parcela do público que quer fugir do padrão dos filmes americanos e do preço salgado. Estas salas oferecem uma programação de filmes alternativos a preços populares.

Os chamados “cinemas de rua”, que já tiveram tempos áureos no passado, como os cines Excelsior, Astor, Bahia, Art I e II, Tupy, que foram fechados, ou exercem atividades diferentes àquelas a que foram propostos. As salas Art I e Art II, que ficavam no bairro do Politeama, hoje abrigam a Igreja Apostólica Renascer em Cristo. No processo de mudança, de cinema para igreja, foi cometido um crime contra as artes plásticas da Bahia, quando foi destruído um mural com peças de Juarez Paraíso.

Em bairros populares, a existência de salas sempre foi escassa, mas já existiu cinema no Lobato, por exemplo. Hoje, não existe nenhum funcionando em bairros periféricos. Até mesmo o programa da Diretoria de Imagem e Som (Dimas), da Fundação Cultural, denominado “Cinema Paradiso” deixou de funcionar há dois anos. O projeto levava esta opção de lazer à população de baixa renda através de uma Kombi equipada com telão e caixas de som e, a cada dia da semana, um bairro era contemplado.

Segundo o diretor da Dimas, Sérgio Borges, o público é bastante receptivo aos filmes. “Haveria viabilidade de implantar cinemas nestes bairros, o público seria cativo se os preços fossem acessíveis”, diz.

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