Banco de leite ajudará crianças prematuras em Salvador

Brian Gavazza Sant’ana

A preocupação com a oferta de leite humano para crianças prematuras nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), em Salvador, possibilitará a implantação e funcionamento adequado de um banco de leite na cidade. Credenciada junto ao Ministério da Saúde e ao Unicef como “amigo da criança”, a Maternidade Climério de Oliveira será o primeiro hospital a desenvolver este trabalho, que tem previsão para funcionamento a partir do inicio de junho deste ano.

Coordenado pela pediatra Suely Mattos, 42 anos, o banco de leite terá a função de alimentar 95% dos recém-nascidos com baixo peso ou prematuros. Para que ocorra a doação, a mãe precisa estar bem nutrida e saudável. O leite que é doado é o excedente. Além disso, as lactantes (mães sadias que estejam amamentando) passam por um questionário que podem excluí-las da doação. “O processo do questionário é muito parecido com o da doação de sangue. Nós verificamos o passado daquela doadora, se ela já teve algum problema que impossibilite a doação”, afirma a pediatra.

Todo o leite coletado também passa por um rigoroso controle de qualidade. É identificado, selecionado, pasteurizado, reenvasado, congelado e só então, liberado para o consumo. Sua retirada pode ser feita de forma manual ou através de bombas elétricas e sua validade tem uma duração de seis meses, o que torna o banco de leite muito mais eficiente do que as outras formas de estoque. Na geladeira, o leite só pode ser consumido até 12 horas, no congelador, cinco dias, e, no freezer, 15 dias.

“Trabalho com aleitamento materno desde de 1992, agora vejo a possibilidade de realizar e proporcionar um grande benefício a comunidades mais carentes. Além de todo o processo de armazenamento, daremos enfoque naquilo que também consideramos muito importante, que é um trabalho educativo de divulgação ao aleitamento materno”, ressalta Suely Mattos.

Em junho de 2001, a maternidade ganhou todos os equipamentos necessários para o início do projeto, mas a falta de instalações adequadas e a falta de verba para a ampliação e reforma do prédio, não possibilitaram a sua inauguração. “Algumas pessoas e a própria mídia, acabaram noticiando na época que estávamos abrindo o banco de leite. Na verdade, a única comemoração que fizemos foi com relação à chegada dos novos equipamentos”, esclarece Suely Mattos.

Para Tânia Maria, 55 anos, o banco de leite ajudará as crianças que precisam dessa doação. Mãe recentemente, ela pretende doar seu leite quando começar o funcionamento do banco. “Quero ajudar. Graças a Deus meu filho está bem, quero que os filhos de outras mães também estejam”, afirma.

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