Segundo o professor de redação Jorge Portugal, a remuneração é proporcional à responsabilidade, pois são, em média, 150 alunos em sala de aula. Alguns cursinhos, como o Mendel, tornam os professores participantes do lucro. “Aqui o professor não é um assalariado. É um participante da estrutura e ganha por aluno em sala de aula e de acordo com a carga horária”, diz Ruy Teixeira, professor de biologia e um dos donos do cursinho. Para Ruy, isso ajuda a manter a mesma equipe, conquistando mais alunos no decorrer dos anos. “Participando do lucro, os professores têm um interesse maior e cada um passa a ser fiscal do colega”, afirma.

Os alunos de cursinho se reconhecem diferentes. Eles afirmam que colocam no professor uma boa parte da responsabilidade pela sua aprovação no vestibular. Por isso, há uma cobrança maior do profissional. “Um professor sem gabarito, conteúdo, não permanece uma semana”, afirma Ruy Teixeira. A propaganda boca-a-boca, também funciona. As estudantes Marcela Oliveira, Cíntia Rocha e Milena Rocha foram para um cursinho de Salvador por causa dos professores Naldo (física) e Edmundo (química). “Vim porque tinha excelentes referências de Naldo e Edmundo através de parentes e amigos que passaram por aqui”, afirma Marcela.

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